Em tempos de crise, descubra como gerenciar sua ansiedade, medo, depressão e outras emoções negativas.

Heloísa Capelas

Os números e estatísticas são alarmantes e nos bombardeiam a todo instante. Mesmo que tentemos nos esquivar, desligando a televisão ou reduzindo o acesso às notícias, o assunto não pode e não vai calar. Então, voluntária ou involuntariamente, seguimos expostos à contínua e interminável sobrecarga de informações. Não à toa, a essa altura, a maior parte de nós já entendeu a gravidade da situação. Dotados que somos de capacidade cognitiva e raciocínio lógico, fizemos as contas e concluímos que estamos, mesmo, diante de uma crise que mudará a trajetória da humanidade.

Mas por que será que a crise nos assusta tanto, causa tanta ansiedade, medo e depressão?

Por que as possibilidades de mudança nos deixam tão apavorados?

Por que é tão difícil lidar com a impermanência e com o fato de que não sabemos, ao certo, o que está por vir?

As respostas para todas essas perguntas começam no autoconhecimento: se não formos capazes de nos olhar e de nos reconhecer, não identificaremos nossos pensamentos e nossos sentimentos; logo, não poderemos gerenciar nossas emoções diante da crise.

Nós já solucionamos o insolúvel… Por que agora seria diferente?

Antes de prosseguir, acho importante reiterar uma informação: a humanidade sempre foi marcada por crises. A nossa trajetória enquanto espécie é repleta de adversidades e obstáculos que, num primeiro momento, causaram inúmeras dificuldades e pareceram intransponíveis até que, enfim… Foram solucionadas!

Ou seja, o que a história nos ensina é que, de um jeito ou de outro, sempre que um problema apareceu, nós criamos, sim, uma maneira de resolvê-lo. Nós nos organizamos para solucionar o insolúvel. Por que agora seria diferente?

Neste exato momento, por exemplo, estudiosos e pesquisadores ao redor do mundo se debruçam em busca de uma solução, certos de que vão encontrá-la a qualquer momento. E mesmo essa informação pode não bastar para amenizar nossas emoções negativas. Então, onde está a falha? Por que nem mesmo as notícias boas se convertem em tranquilidade, calma e paz de espírito?

Você já não sabe mais o que pensar, nem o que fazer?

Como especialista em autoconhecimento há mais de 30 anos, posso lhe dizer que, se você se identifica com o que acabei de descrever, as chances são de que enfrenta a mesma dificuldade que a maior parte das pessoas ao redor do mundo: suas inteligências intelectual e emocional estão em conflito. Por isso, você já não sabe mais o que pensar, nem o que sentir diante dessa crise.

Funciona mais ou menos assim: sempre que bombardeada pelas informações que chegam sem parar, sua cabeça justifica, racionaliza, crítica e, enfim, estabelece um entendimento racional de tudo o que está acontecendo. Ou seja, sem nem se dar conta, você formula uma série de pensamentos relacionados a essas informações; e esses pensamentos, por sua vez, vão se transformar em sentimentos.

Mas, como este ainda é um processo inconsciente para você, muito provavelmente, sua mente se distrai e se apega aos seus piores pensamentos, que, naturalmente, vão gerar os piores sentimentos!

Inteligência emocional, portanto, é ganhar consciência sobre esse processo, ou seja, reconhecer quais são seus pensamentos e, depois, quais são as emoções por eles geradas. Isso é o que lhe dará autonomia para gerenciar suas emoções.

A inteligência emocional era uma tendência do futuro; e o futuro chegou!

Bob Hoffman, criador do Processo Hoffman há mais de 50 anos, estaria orgulhoso em saber que estamos, aos poucos, compreendendo efetivamente a importância da Inteligência Emocional. Ao criar este, que é o maior treinamento de autoconhecimento do mundo, Bob defendeu que todos nós, seres humanos, somos dotados de 4 inteligências – intelectual, emocional, física e espiritual –, mas não sabemos como acessá-las. Para isso, desenvolveu uma metodologia que propõe, justamente, a reconexão e o equilíbrio com cada uma dessas quatro competências.

Eu estou à frente do Processo Hoffman no Brasil há três décadas, e posso lhe dizer que as emoções negativas são inevitáveis e têm razão de ser. Elas revelam muito sobre você e merecem sua atenção. Mas, se não é capaz de impedi-las, você pode, sim, gerenciar os seus sentimentos e a maneira como reage às adversidades a partir do autoconhecimento.

Ou seja, de tempos em tempos, talvez, você se sinta mesmo ansioso, acontece. No entanto, se tiver treinado o olhar para si, poderá identificar quais acontecimentos e pensamentos despertam e estimulam sua ansiedade. Da mesma forma, agora que tem consciência de que está ansioso e do que causou sua ansiedade, também terá a chance de escolher como quer se comportar em relação a isso.

Esse é, de fato, o maior ganho da inteligência emocional: sem saber de si, dos seus pensamentos e emoções, o que você faz é reagir aos fatos e pessoas de maneira impulsiva e automática; mas, quando se reconhece, quando nomeia o sentimento e sabe o que está por detrás dele, pode escolher como vai responder aos fatos e pessoas.

Imagine, só, quanto as suas relações ganham quando você aprende a gerenciar suas emoções a partir do autoconhecimento!

Conhecer a si mesmo é um exercício diário e constante que exige dedicação, paciência, persistência e prática. E eu espero que você embarque nesta jornada. Bob Hoffman dizia que a inteligência emocional era uma tendência do futuro; o futuro, enfim, chegou!

Espero que tenha gostado. Até a próxima!


Heloísa Capelas é considerada uma das maiores especialistas em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental do país. Atua há mais de 30 anos na área de Desenvolvimento Humano, por meio de treinamentos, palestras e consultorias que promovem a transformação interna.


Fonte: www.administradores.com


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