O Power Point tem mais de 30 anos de vida! Isso mesmo! E posso dizer que ele nos ajuda muito. Tanto para uma palestra, uma apresentação e um treinamento. Mas realmente sua presença é indispensável?

Já realizei mais de mil treinamentos em minha vida como consultor, e posso dizer que adoro quebrar o protocolo dos power points.

Claro que isso é apenas um jeito pessoal de ministrar treinamentos, mas formei alguns conceitos que gostaria de compartilhar com você.

1.      “PPT Dependência”.

Não vamos chamar isso de doença, mas apenas um mau hábito. Para alguns consultores e professores, se não houver Power Point, não haverá palestra. Me lembro de estar em um congresso com mais de mil pessoas onde um professor renomado faria uma apresentação. Era uma das apresentações mais esperadas. Ele subiu ao palco, logo após ser anunciado pelo mestre de cerimônias, e adivinhem? A apresentação não apareceu nos 4 telões. Um silêncio constrangedor se formou. A equipe técnica não conseguia descobrir o que acontecia. Então, o professor disse, com a verdadeira calma que o desespero nos dá: “O pessoal não está conseguindo projetar”. Novo silencio interminável. Nesta hora, uma pessoa lá no meio da plateia gritou: “Faz sem o PPT! Quem sabe faz ao vivo!”

2.      Power Point é apoio.

Difícil dar credibilidade para uma apresentação com slides com milhões de letrinhas, milhões de palavras. Parece que o consultor precisa do slide para poder sustentar seu raciocínio, sua teoria! Já vi apresentações belíssimas de palestrantes que não usavam sequer o apoio do PPT. Em outras situações admiráveis, as apresentações eram feitas apenas com fotos. As fotos são incríveis! Mexem com as pessoas, geram sensações. Consultores incríveis usam o Storytelling com uma potente ferramenta e apresentam uma foto para potencializar o imaginário de sua plateia.

Portanto, se você tem algo realmente importante para falar, não precisa usar o Power Point.

3.      E se não houvesse PPT? Morreríamos?

Venho de uma época em que comecei a fazer minhas primeiras apresentações em um aparelho chamado Retroprojetor. Você se lembra dele? A Geração Y nem sabe do que estou falando. Imprimíamos colorido uma transparência e colocávamos em cima de uma base de luz, que projetava na parede. De vez em quando, imprimíamos do lado errado da transparência e perdíamos tudo. O mais legal era poder escrever diretamente na transparência, dando a sensação tecnológica de real time class. Super legal! Se um dia o PPT de fato morrer, muita gente morre com ele. A comunicação de uma ideia não pode ficar restrita apenas a um veículo.

Mas então, como fazer uma super apresentação sem o PPT?  

Use o Flip Chart, entregue handouts (exercícios impressos) para a plateia, apresente vídeos, mostre fotos, peça para que as pessoas se reúnam em grupos e discutam formando um debate, estruture um painel com colagem de post its, toque uma música, faça referencias a livros e teorias, autores e pesquisas, peça para que as pessoas procurem no Google uma informação e montem um conceito. Use o World Café, peça para as pessoas montarem um protótipo de algo com materiais entregues, faça simulações ou role plays, distribua cases e faça as pessoas analisarem aplicando alguma ferramenta. Pense em alternativas que não façam as pessoas ficarem olhando para os bullets, que em inglês, significa “balas”, e neste caso, são elas que são disferidas contra o próprio apresentador.

E se você for de uma empresa, tenha coragem de pedir para a consultoria que você contratou para construir um treinamento sem PPT. Veja o que acontece. 

Se você for de uma consultoria, tenha coragem de propor para o seu cliente fazer um treinamento sem PPT. Veja o que acontece.

Se você for Consultor, Professor ou mesmo um funcionário de uma empresa, tenha coragem de estruturar duas ideias de maneira inovadora, sem depender de qualquer recurso de apoio. Veja o que acontece.


Alberto Roitman é Chief Creative Officer na Nexialistas Consultores, autor do livro: Você é o que Você Entrega! e A última chance!


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