20/08/2019

O que as maiores empresas do país esperam de seus funcionários? Quais competências têm sido mais importantes para alcançar resultados cada vez mais difíceis de atingir? Como é o profissional mais desejado no ambiente corporativo? E o que o torna tão especial?

Estas e outras perguntas nos levaram a acionar nossa unidade de negócios dedicada a pesquisas de mercado, a Nexialistas Pesquisas e Publicações, para identificar as competências mais necessárias para a atualidade e também para um futuro próximo. Se na primeira edição da Tabela de Competências, lançada na ocasião do início das atividades da Consultoria, foram entrevistados 150 profissionais de C-Level, nesta, o objetivo foi ampliar ainda mais este universo.

No total, 280 profissionais foram ouvidos na pesquisa, sendo que 79% são líderes sêniores (CEO, Vice- -presidentes, Diretores e Gerentes), de empresas em sua maioria que faturam mais de R$ 1 bilhão ao ano, dos segmentos de indústria, comércio e serviço. A maior parte das empresas tem mais de mil funcionários. A pesquisa foi dividida em três momentos. No primeiro, perguntamos as competências de maneira espontânea; isso significa que as pessoas eram convidadas a citarem as competências mais relevantes em sua opinião, sem qualquer provocação ou estímulo. Em um segundo momento, mostramos a Tabela de Competências da Nexialistas e os participantes deveriam apontar as competências mais relevantes e os porquês deste apontamento. Em um terceiro momento, citavam novas competências, que não estavam na Tabela.

As respostas foram surpreendentes e refletem a mudança radical que estamos vivendo no mundo MUVUCA (Meaningful, Universal, Volatile, Uncertanty, Complex and Ambiguous).

Nunca as competências pessoais foram tão valorizadas. As respostas mostram que vivemos uma volta ao começo dos tempos, onde quesitos quase que higiênicos são mais valorizados do que as competências mais sofisticadas.

É impressionante como há uma forte mudança dos aspectos que líderes e equipes consideram como competências fundamentais. Em primeiro lugar o fato de voltarmos ao passado, e colocarmos as competências pessoais ou básicas como sendo mais importantes que as técnicas e de liderança. As empresas estão tendo tantos problemas de relacionamento entre seus colegas e clientes, que mencionaram a competência de inteligência emocional como a mais relevante e necessária atualmente. Já a segunda é Comunicação. Isso mostra que antes de querer crescer, vender mais, ampliar resultados o público interno precisa se falar mais e estar mais equilibrado. Isso chamou muito a atenção.

No grupo de competências espontaneamente citadas, 56 já constavam entre as apresentadas na tabela Nexialistas e outras 49 competências foram totalmente novas.

A Antiga Tabela:

A Nova Tabela:

Algumas novas competências chamaram muito a atenção. Elenquei algumas delas de forma reduzida:

Gestão da Ansiedade: Controle de atributos relacionados ao auto controle e ao estado de total controle emocional, mesmo diante de cenários de alta cobrança e insegurança do profissional.

Desaprendizagem: Capacidade de um colaborador estar disposto a se questionar e rever seus conhecimentos, assumindo que precisa desconstruir sua visão e substituí-la por uma nova.

Identificação de Propósito: Relacionada à convergência entre o propósito pessoal e o da companhia em que se trabalha ou se quer trabalhar. A força do propósito pode tornar-se tão relevante que se transforma na própria identidade do profissional.

Construção de Networking: Domínio de técnicas orientadas a colocar o Net para Work, ampliando recorrentemente o leque de pessoas que admiram e respeitam seu posicionamento profissional.

Pain Points Identifier: Capacidade de valor do profissional em saber identificar as verdadeiras dores de seu interlocutor.

Corporate Sinergy: Conjunto de comportamentos do líder que desperta no funcionário a vontade de querer se superar em tudo o que faz.

Customer Centricity: Identificar as necessidades do cliente ou prevê-las antecipadamente e saná-las por meio de um completo entendimento de sua realidade.

Gestão Política: Capacidade de se relacionar com pessoas que têm pontos de vista muito diversos do seu e construir alianças estratégicas.

DrillDown: Ampliação da competência de Design Thinking que trata da transferência das ideias para o plano das ações.

Deep Dive: Aprofundar entendimento de problemas, oportunidades ou aspectos identificando todas as variáveis conhecidas e desconhecidas relacionadas a eles.

Omnichannel View: Competência de relacionar-se de forma homogênea com o cliente em qualquer ponto de contato.

Big Data Analisys: Capacidade de analisar e interpretar, de maneira aprofundada, ideias, mensagens e dados em meio à uma grande quantidade de informações .

Nos próximos textos falarei mais aprofundadamente de algumas outras competências.

Abraços e até a próxima!


Alberto Roitman, Chief Creative Officer da Nexialistas Consultores e autor do livro “Você é o que Você Entrega!” e A última chance.


A BKR Business School não se responsabiliza, nem de forma individual, nem de forma solidária, pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).